Tuesday, November 30, 2010

Obrigado, Citigroup

Um senhor do Citigroup avisa, solícito, que estamos insolventes e teremos de pedir ajuda.

Muito agradecido.

Darei a este aviso a seriedade que merece, tendo em conta a performance passada do Citigroup, no que concerne a análise financeira e previsões.

Sunday, November 28, 2010

Duas previsões

Uma previsão:
  • As taxas de juro da dívida pública portuguesa não vão cair enquanto não ocorrer a intervenção FMI/UE no nosso país. Não é por mais nada, é apenas porque o objectivo é esse.

O ganho extra conseguido com taxas mais altas é apenas um icing on the cake. Apesar de o risco de default ser real, i.e., até existe razão para esta taxa. Porquê?

Respondo com outra previsão:
  • O projecto europeu caminha para o fim. Não será preciso muito tempo para vermos uma Europa dividida, numa aproximação ao mapa político do início do Século XX
Continuamos a ter uma Europa a duas velocidades, e a Europa mais "rápida" começa a exasperar com os problemas recorrentes da Europa mais "lenta" (da qual, até ver, excluo a Irlanda).

Olhando aqui para o nosso rectângulo, pergunto: O que falhou?

Falhamos nós, na execução. Era suposto termos desenvolvido o país. Bem, ir mais depressa de Lisboa ao Porto não é Desenvolvimento. Da mesma forma que ter TV em todas as divisões de casa também não é Desenvolvimento.

E, já o afirmei anteriomente (na secção "UE"), falharam os nossos "beneméritos" europeus, incapazes de olhar para os últimos 25 anos de Portugal e identificar essa falta de Desenvolvimento.

Querem agora fazer, em meses, o que não fizeram durante duas décadas.

Querem agora impôr, de uma vez só, medidas correctivas/punitivas (algumas delas, justificadas) que deveriam ter sido deployed gradualmente, ao longo de anos.

Alguém acredita que isto vai funcionar?

Saturday, November 27, 2010

Caríssimo Teixeira dos Santos,

Milhões de portugueses terão que adaptar-se ao OE 2011.

Não percebo porque motivo terá o OE 2011 que adaptar-se a alguns portugueses.

Quanto à temida "saída dos quadros", há apenas que aplicar a esses valiosíssimos recursos humanos a mesma regra aplicada aos restantes, nomeadamente: "É assim que vai ser. Quem quer, fica; quem não quer, está ali a porta".

Mas isso seria garantir que os sacrifícios seriam, de facto, para todos.

E esse não é - nem nunca foi - o mote de quem governa Portugal.

Cumprimentos.

Friday, November 26, 2010

Finalmente!

Estive durante largos meses sem escrever nada, porque tudo o que ia acontecendo me parecia apenas um "beat around the bush". Estava à espera que chegássemos ao tema central.

E, finalmente, cá estamos de novo. Aquilo que realmente interessa e que muitos - seja cá dentro, seja lá fora - estão mortinhos por fazer.

A alteração da legislação do trabalho.

Ah... O sonho do despedimento com menor custo para o empregador. O regresso de Fénix da Flexisegurança.

Deverá ser algo do género:

1. O empregador despede, sem grande ponderação, uma vez que o custo - para si - é irrisório. Esta - para quem tenha estado menos atento - é a parte do "Flexi".

2. O custo (social) desse despedimento é suportado pelo Estado, através do subsídio de desemprego. Sim, o mesmo subsídio de desemprego que tem vindo a acumular regras cada vez mais penalizadoras para os seus "beneficiários".

Esta é a parte da "Segurança". Mas não se sintam mal se não tiverem dado por isso.

3. Os Centros de Emprego vão apresentando propostas de trabalho ao "beneficiário". Eventualmente, este terá que aceitar uma dessas propostas - independentemente das condições da mesma - ou perde o subsídio.

4. Bingo! Mão-de-obra barata e dócil.

Temos um problema de produtividade? Sem dúvida.

Precisamos de o resolver? Urgentemente.

É assim que lá vamos? Eh eh eh... estes indivíduos são uns pândegos.

Sobre isso falarei numa próxima oportunidade. Mas deixo uma dica: Os responsáveis dos problemas de segurança nas escolas não são os porteiros, por muito que nos queiram fazer crer.