Sunday, August 9, 2009

Que grande perda!

Há qualquer coisa que não percebo nisto.

A minha dificuldade prende-se com esta expressão: "perdendo o direito de votar no concelho onde nasceram".

É impressão minha ou sempre foi assim? Os eleitores não votam para os orgãos locais de onde nasceram ou de onde querem votar, mas sim de onde residem.

Qual é a perda de direito que me está a escapar aqui?

Friday, July 31, 2009

Incapacidades

Desta vez até estava a seguir sem discordar. Não me encontro na lista de afectados, mas entendo que a solução não passa por esta "redistribuição" da "riqueza" anunciada pelo nosso ainda-e-muito-possivelmente-futuro governo.

Até que cheguei a isto: «E é útil defender que a riqueza de uns deve financiar a incapacidade de outros - porque não se nasce com iguais oportunidades nem com iguais talentos genéticos».

Por um lado, congratulo-me com o facto de, ao lado dos "talentos genéticos", surgirem já as "iguais oportunidades". Tiro-lhe o chapéu por isso.

Mas, e justamente por assim ser, seria melhor definir exactamente o que se pretende dizer com "incapacidade".

Entretanto, vi o título, "Quem é João Rendeiro?", e não pude resistir a ler.

Basicamente, retiro a seguinte conclusão: Se eu ganhar muito dinheiro, der dinheiro a ganhar a muita gente e distribuir algum desse dinheiro em programas de apoio social, então temos uma "história feliz"... independentemente do que eu estiver a fazer para ganhar esse dinheiro.

Quanto à Justiça, permito-me ir mais longe - é o mais grave problema estruturante que temos no nosso país, e enquanto não o resolvermos, tudo o resto que façamos, seja em que área for, será apenas um remendo inútil.



Sunday, July 12, 2009

In falíveis

Vi a notícia aqui, mas deve estar um pouco por toda a parte.

E, sendo verdade que considero que a falha da regulação é um factor de segunda linha, no que toca à responsabilidade neste tipo de casos, não posso deixar de considerar triste esta frase:

"Os seus membros julgaram a partir de critérios subjectivos que pareciam implicar que tudo o que não fosse a infalibilidade na prevenção de fraudes e irregularidades constituía uma falha ou um erro de supervisão"

Desempenho as minhas tarefas seguindo o princípo da infalibilidade e prevenção de problemas. É um objectivo obviamente inatingível, mas isso não é motivo para eu não o assumir. Não sou infalível, nem prevejo todos os problemas, mas trabalho com esse objectivo.

Se vou a uma consulta médica, espero sinceramente que o profissional que me atende se guie pelo mesmo princípio.

Algures por esse mundo fora, alguém estará a desenvolver o software que controla um pacemaker, ou um equipamento de aeronáutica, ou uma arma de destruição maciça... espero que esse alguém se guie, também, por esse princípio.

E espero que nenhum desses elementos se guie pela filosofia de responsabilidade do Dr. Vitor Constâncio.

Tuesday, June 16, 2009

Cabeçalhos

Cabeçalho actual: Ministro não prevê veto de Cavaco

Prevejo um cabeçalho futuro: Ministro não previu veto de Cavaco

Thursday, May 28, 2009

Por acaso, até acho que serve...

Editorial: A política social não serve para nada (ler aqui).

Concordo com o princípio - não nascemos todos iguais, cada um de nós tem as suas limitações, hard-coded no nosso genetic makeup.

E no entanto...

Acho que é justamente por isso que as "políticas sociais" são importantes. Se cada um de nós tem as suas limitações intrínsecas, então nada melhor para uma verdadeira meritocracia que o nivelar do playing field - ficamos todos ao mesmo nível e depois cada um que mostre do que é capaz. Dadas as discrepâncias reinantes na nossa sociedade, isso é impossível sem essas tais "políticas sociais".

Aliás, mesmo com as "políticas sociais", o nivelamento nunca será completo. Alguém duvida que uma criança brilhante que viva num bairro degradado vai ter muito mais dificuldade em realizar o seu potencial que uma criança mais limitada que tenha tido a sorte de nascer numa família de posses?

Não duvido do princípio. Simplesmente, duvido da sua utilidade. Quando chegarmos a uma sociedade onde os filhos são retirados aos pais à nascença e colocados em total igualdade de circunstâncias, aí - e apenas aí - fará sentido prestarmos atenção à inteligência dos genes.

Até lá, há factores muito mais desequilibrantes que o genetic makeup de cada um.

Tuesday, May 26, 2009

Lições da História

Hitler... Estaline...

Nazis... Soviéticos...

Estavam bem uns para os outros.

Tuesday, March 10, 2009

Parabéns

Começo por dar os parabéns a Milton Friedman, e a toda aquela malta porreiraça da Universidade de Chicago.

Não podemos esquecer os patrocinadores, claro... não só os grandes nomes, como Reagan nos USA e Thatcher no UK, mas também os mais pequerruchos, que não ficam na memória, como um nome qualquer que não estou com pachorra para procurar, certamente terminado em "-son", na Islândia.

Graças a todo o esforço desenvolvido por estas mentes brilhantes, forjou-se um determinado mindset, que se estabeleceu, evoluiu e eliminou o mindset anterior, gasto e obsoleto. Em meados dos 80s surge o lema que melhor personifica esse novo mindset - "Greed is good".

E esta cavalgada triunfante atinge um novo auge quando se anuncia que podemos estar perante a primeira contração económica global desde a WWII.

Parabéns, pázinhos!

Que é como quem diz... se calhar, os velhotes que criaram o tal mindset gasto e obsoleto que depois se eliminou até percebiam alguma coisa do assunto.

Mal comparado, e com as devidas reservas, lembra-me o tsunami de 2004, na Ásia. A maioria dos nativos mais "retrógados" sobreviveu ao desastre, porque soube reconhecer os sinais que precederam a tragédia (um pouco à semelhança da criança inglesa, que tinha recentemente estudado esse tema na escola). Já os mais "evoluídos"... enfim... a evolução tem muito que se lhe diga, principalmente quando assume que quem veio antes de nós não tem nada de útil para nos ensinar.

Em 99.9% dos casos, é justamente o oposto.