Friday, July 31, 2009

Incapacidades

Desta vez até estava a seguir sem discordar. Não me encontro na lista de afectados, mas entendo que a solução não passa por esta "redistribuição" da "riqueza" anunciada pelo nosso ainda-e-muito-possivelmente-futuro governo.

Até que cheguei a isto: «E é útil defender que a riqueza de uns deve financiar a incapacidade de outros - porque não se nasce com iguais oportunidades nem com iguais talentos genéticos».

Por um lado, congratulo-me com o facto de, ao lado dos "talentos genéticos", surgirem já as "iguais oportunidades". Tiro-lhe o chapéu por isso.

Mas, e justamente por assim ser, seria melhor definir exactamente o que se pretende dizer com "incapacidade".

Entretanto, vi o título, "Quem é João Rendeiro?", e não pude resistir a ler.

Basicamente, retiro a seguinte conclusão: Se eu ganhar muito dinheiro, der dinheiro a ganhar a muita gente e distribuir algum desse dinheiro em programas de apoio social, então temos uma "história feliz"... independentemente do que eu estiver a fazer para ganhar esse dinheiro.

Quanto à Justiça, permito-me ir mais longe - é o mais grave problema estruturante que temos no nosso país, e enquanto não o resolvermos, tudo o resto que façamos, seja em que área for, será apenas um remendo inútil.



Sunday, July 12, 2009

In falíveis

Vi a notícia aqui, mas deve estar um pouco por toda a parte.

E, sendo verdade que considero que a falha da regulação é um factor de segunda linha, no que toca à responsabilidade neste tipo de casos, não posso deixar de considerar triste esta frase:

"Os seus membros julgaram a partir de critérios subjectivos que pareciam implicar que tudo o que não fosse a infalibilidade na prevenção de fraudes e irregularidades constituía uma falha ou um erro de supervisão"

Desempenho as minhas tarefas seguindo o princípo da infalibilidade e prevenção de problemas. É um objectivo obviamente inatingível, mas isso não é motivo para eu não o assumir. Não sou infalível, nem prevejo todos os problemas, mas trabalho com esse objectivo.

Se vou a uma consulta médica, espero sinceramente que o profissional que me atende se guie pelo mesmo princípio.

Algures por esse mundo fora, alguém estará a desenvolver o software que controla um pacemaker, ou um equipamento de aeronáutica, ou uma arma de destruição maciça... espero que esse alguém se guie, também, por esse princípio.

E espero que nenhum desses elementos se guie pela filosofia de responsabilidade do Dr. Vitor Constâncio.