Thursday, September 8, 2011

Mais economias (they just keep coming)

E aqui temos mais um corte na despesa.

Que, tal como disse ontem, tem como consequência efectiva o aumento da despesa das famílias.

É bom ver que é para isto que elegemos "os melhores dos melhores". Sim, porque se atribuíssemos as rédeas deste processo a um qualquer arrumador de carros, certamente que ele não seria capaz de se lembrar de medidas tão arrojadas, inovadoras e originais como as que têm desfilado pelos media.

Wednesday, September 7, 2011

Economias

Ontem, até comecei a ver o Vitinho. Mas, como acontece frequentemente quando ele fala, rapidamente senti os neurónios a adormecer.

Do que vi, deu para perceber que, segundo ele, os outros não percebem as questões, pois passam a vida a misturá-las. Bem, pelo que me foi dado a observar, ele também não as deve perceber, pois não responde ao que lhe perguntam.

Uma coisa posso afirmar - o que vimos até agora resume-se a isto:
  • Aumento de receita, à custa de impostos que atingem, na sua maioria, a classe média.
  • Corte de despesa na saúde, educação e Seg. Social. Como estes são sectores essenciais para a maioria da população (e não algo em que possamos dizer "OK, vou passar a utilizar menos"), este "corte" na despesa é, na realidade, um aumento na despesa das famílias. Aliás, a sua real consequência é exactamente a mesma que, p.ex., o aumento na taxa da electricidade, apesar de o mecanismo ser diferente.
Portanto, pessoal, toca a consumir... ou talvez não.


Monday, August 1, 2011

Friends will be...

Não estive a ver em directo. Tenho demasiado respeito pelos meus neurónios.

Mas ouvi o "resumo do jogo" no noticiário. A certa altura, diz assim o Novo Cromo (parafreaseando): "As alterações efectuadas na Administração da CGD não vão aumentar a despesa".

Portanto, meninos, a lição para hoje é: Todo o país foi lançado num esforço cujo objectivo é cortar despesa e aumentar receita. Todo??!! Não! Para um conjunto de indivíduos, aos quais chamaremos apenas "friends" (porque os Novos Cromos dizem que não têm "boys"), o objectivo fica-se por "não aumentar a despesa".

A isto, juntamos o brinde do BPN, a outros "friends".

Se dúvidas ainda havia, rapidamente se dissiparam - os Novos Cromos são iguaizinhos aos Velhos Cromos.

Saturday, July 9, 2011

Ratings & Detonadores

Passam-se dias, semanas, meses... e não há muita coisa para dizer. Não vale a pena estar a papaguear sempre o mesmo.

Porém, ocasionalmente, a realidade oferece-nos algo digno de nota.

2010-07-13: Cavaco Silva: “Não devemos recriminar as agências de rating”
2011-07-08: Cavaco Silva: agências de rating "são uma ameaça"

(O nosso PR bem podia ter esperado mais 5 dias antes de abrir a boca, não é?)

Escolhi este personagem por ser o mais óbvio, mas o que não faltou por aí há uns largos meses foram outros visionários que afirmavam que as agências de rating estavam apenas a fazer o seu trabalho e eram até nossas amigas. Tal como os animais, suponho. Poderia fazer uma qualquer alegre alegoria com um crocodilo, mas repugna-me insultar os pobres répteis.

«O caso da descida de rating de Portugal (...) foi o "detonador que despertou os líderes europeus para enfrentarem o que têm vindo a fazer as agências norte-americanas", considerou o chefe de Estado.»

Ora, se os supra-citados "líderes" precisaram de um despertar, isso parece indiciar que estavam a dormir. Durante o horário de trabalho. Ao longo de, pelo menos, um ano. De tal forma, que só os acordaram com uma detonação.

Folgo em saber que brevemente será mais barato despedir os improdutivos. Sugiro que essa lista seja encabeçada por este conjunto de "líderes".

Em alternativa, posso sugerir outro tipo de detonação, uma "final solution" para todos estes doutos personagens, seguindo esta excelente sugestão, que se mantém actual:


Wednesday, December 15, 2010

Tecto máximo nas indemnizações por despedimento

A notícia diz o seguinte: "O objectivo de fixar este tecto máximo "é reduzir os custos das empresas e garantir o pagamento das indemnizações aos trabalhadores”, disse hoje a ministra do Trabalho".

Ou seja, os empregadores não podem suportar os actuais custos com as indemnizações e o Estado intervém, para lhes aliviar o fardo.

Quando eu não puder suportar a prestação da minha casa, o Estado também intervirá, introduzindo tectos no valor que devo ao banco, certo?

Ah... não...?

Wednesday, December 8, 2010

Descontrole

Ainda estou a digerir os acontecimentos da paralização dos controladores de tráfego aéreo em Espanha.

Por um lado, não posso concordar totalmente com o que fizeram. Pelo mesmo motivo pelo qual discordei totalmente da paralização dos camionistas em Portugal, há uns anos. As circunstâncias são diferentes, mas o princípio mantém-se.

Por outro lado, tenho que admirar a união. Essa mesma união que agora vão tentar destruir com os processos disciplinares. Serão seleccionados alguns Cristos para crucificar e servir de exemplo aos restantes. Dividir para reinar.

Quanto à questão do pré-aviso. É um dever dos grevistas. Tipicamente, os deveres de uns mapeiam-se em direitos de outros. Portanto, podemos alterar a nossa perspectiva e designar o pré-aviso como um direito dos empregadores e dos governantes. Os mesmos que têm vindo, progressiva e unilateralmente, a destruir direitos existentes.

Mas, aparentemente, alguns direitos são mais iguais que outros. Serão excepções? Ou adaptações?

Tuesday, November 30, 2010

Obrigado, Citigroup

Um senhor do Citigroup avisa, solícito, que estamos insolventes e teremos de pedir ajuda.

Muito agradecido.

Darei a este aviso a seriedade que merece, tendo em conta a performance passada do Citigroup, no que concerne a análise financeira e previsões.